Um total de 17kg de pescado foi o resultado da aula prática do Curso de Pescador Profissional promovido nesta quinta-feira, dia 26 de fevereiro, pela Escola de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da Praia de Armação, em parceria com o campus de Itajaí do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).
Um pequeno arrasto de camarão ocorreu entre 8h30 e 11h30 da manhã, com participação de 21 alunos do curso, segundo informam o diretor da EJA, Carlos Rodrigo Martins Dias, e o professor e oceanógrafo do IFSC, Benjamim Teixeira, que juntamente com o professor Rodrigo Otávio de Macedo Gomes, também do instituto, foram ao mar com os futuros pescadores. A pesca ocorreu ao norte da Ilha Feia, entre o mar de Balneário Piçarras e Barra Velha. Foram capturados seis quilos de camarão, oito quilos de pescados diversos e três quilos de siris, além de uma coleta de mariscos efetuada.
De acordo com o oceanógrafo, o grupo saiu em dois barcos - um cedido pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e outro do próprio IFSC - usados durante a aula prática. O objetivo foi não apenas difundir o aprendizado da captura do camarão, mas capacitar os futuros pescadores, sobretudo, para a captura de peixes de espécies menores, que em geral, são descartados no momento da pesca do camarão.
A aula não acabou quando o grupo pisou em terra firme, na Praia do Trapiche, em Armação do Itapocorói, segundo informa o secretário de Educação, professor Misael Cordeiro, que acompanhou a experiência educacional.
Uma segunda etapa ocorreu à tarde, na cozinha da EJA de Penha. "A finalização foi na cozinha pelo seguinte: atualmente, a cada quilo de camarão capturado, morrem outros 9kg de organismos menores, que são descartados. A gente fez o alerta sobre como aproveitar também estas espécies", observa Teixeira.
Já o diretor Rodrigo atenta para a importância da inserção do pescado na merenda escolar. "Não só melhora a qualidade da merenda, mas também insere o peixe no cardápio dos estudantes", reforça ele.
Peixes miúdos como pequenas pescadas, canguás, Maria Luiza e até mesmo lulas e siris frequentemente são descartados e mortos - na visão das empresas de pesca, não vale gastar recursos com estocagem e resfriamento destas espécies. Os professores do IFSC provaram o contrário.
Aluna Cleo: "alternativa de renda" Na cozinha da unidade de ensino, um moedor industrial beneficiou os peixes, produzindo hambúrgueres de pescado, quibes, salsichas e coxinhas. O marisco e os siris foram cozidos. Além dos futuros pescadores, os demais alunos da EJA participaram de uma degustação. "Destes peixes que seriam jogados no mar, se pode retirar nova alternativa de renda", comentou a aluna e educadora ambiental Cleo Veríssimo, de Barra Velha, que participa das aulas do IFSC e EJA.
Ainda na avaliação da aluna, a aula prática serviu para que os integrantes do curso pudessem "ver como é dura a realidade dos pescadores, principalmente os artesanais". De acordo com o diretor Rodrigo, seis pescadores da atual turma do curso já atuam no mar, mas para os demais, o aprendizado é totalmente novo.
Ao final das aulas, previsto para o segundo semestre deste ano, os alunos e trabalhadores terão a carteira nacional de pesca, emitida pela Marinha. O curso em Penha também é autorizado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Já a EJA é mantida pela Secretaria de Educação da Prefeitura de Penha.
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